Produção de Videoclipe em Live Session
Tradução Autoral da Música de Joana Queiroz
Como dar forma audiovisual a uma experiência musical que já nasce de um tempo não-cronológico? Este foi o desafio que a multi-instrumentista Joana Queiroz nos trouxe com sua música “Memórias”, do álbum “Tempo Sem Tempo” (2019).
A obra é criada ao vivo, a partir de loops sobrepostos de clarinete e clarone, pedais e camadas. O desafio não era, portanto, “ilustrar” a música, mas sim traduzir sua lógica interna para a linguagem da imagem. Como criar um filme que tivesse a mesma gramática de looping, fusão e memória que a própria canção propõe?
Nossa Direção: A Gramática da Tradução
Nossa direção partiu de uma ambição intersemiótica: não ilustrar a música, mas traduzir a obra em outra linguagem. Este foi um projeto nascido da confiança mútua, onde “escutamos” a música para que a própria performance gerasse a narrativa.
Mergulhamos em “Tempo Sem Tempo” para construir imagens que traduzissem a experiência sensorial da obra — onde o looping, a dança e a fusão dos corpos encenam o espaço-tempo não cronológico.
A Captura: Performance Real, Áudio Direto
A base do filme é a autenticidade. Filmamos a performance musical “valendo”, com captação de áudio ao vivo por Igor Ferreira. A câmera focou em capturar a técnica de Joana – o acionar dos pedais, a construção das camadas de looping, a respiração nos instrumentos. O que se vê é a música sendo criada ali, no ato.
A Encenação: O Tempo como Dúvida Viva
O diálogo poético com a mestra de Kinomichi, Christiana Cavalcanti, é onde o enigma se condensa. Em cena, o movimento não busca demonstrar, mas sim escutar. Cada gesto é uma respiração compartilhada que, em vez de dar respostas, apenas aprofunda o mistério.
O figurino assinado por Virginia Barros não vem para “caracterizar”, mas para ampliar o enigma. Ele não entrega o papel de cada corpo; apenas aumenta o campo do possível.
É a camada visual que sustenta a pergunta: são duas eras da mesma pessoa? Mestra e discípula? Duas facetas da mesma alma?
O figurino não afirma. Ele insinua — e ao insinuar, protege a ambiguidade.
E o filme não responde.
A gente optou por manter a dúvida viva — deixar que a imagem sustente a pergunta. Na ilha de edição, os loops sonoros ditaram os loops visuais. As fusões entrelaçam as duas performers, e no final, ambas desaparecem e sobra apenas a locação vazia. Essa ausência é também o nosso gesto de direção: não definir — e permitir que o espectador sinta a membrana do tempo se movendo.
Validação e Ressonância
O impacto de um projeto artístico se mede em duas frentes: a emoção de quem o criou e a ressonância que ele gera no público.
A validação principal, que define o sucesso do nosso trabalho, veio da própria Joana Queiroz em seu depoimento público. Para nós, esta é a métrica central:
Recepção do Público
Além da artista, a recepção do público no YouTube seguiu o mesmo tom. O filme se tornou o vídeo mais visto do canal, provando que uma abordagem poética e conceitual pode, sim, gerar conexão.
Os comentários validaram exatamente a nossa tese: a profundidade técnica e a sensibilidade da “tradução autoral” foram notadas e celebradas.
A Memória como Propósito
Um filme que celebra a criação, a troca e o movimento. É a prova de que o olhar cinematográfico, quando alinhado ao propósito do artista, pode traduzir som em sentimento e movimento em memória.
Na Lampejo Filmes, a live session vira cinema: a música respira, o corpo responde — e o clipe nasce do encontro real.
Qual desdobramento estético sua música pede agora?
Artista
Joana Queiroz
Performance Kinomichi
Christiana Cavalcanti
Projeto
Videoclipe | “Memórias”
(Álbum: Tempo Sem Tempo)
Direção, Fotografia e Montagem
Karol Saldanha
Marcelo Martins Santiago
Captação de Áudio
Igor Ferreira
Figurino
Virginia Barros
Locação
Rampa Lugar de Criação
Apoio
Rebeca Queiroz
Talita Leite
Serviços
Produção de Videoclipe em Live Session
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Lampejo Filmes
